Eu tenho reparado que há uma galera no mercado de trabalho que olha pro emprego como a nossa geração (1985 pra trás) olhava pra educação física no colégio: ela fazia parte da grade, você tinha que freqüentar mas a discussão que dominava sempre era “eu faço se eu quiser” ou, ainda, “se não for futebol, vou ficar de boas“.
Acho que isso constitui uma metáfora perfeita do mercado de trabalho atual. Você vê pessoas que enxergam o emprego apenas como um provedor de dinheiro a quem você não deve obrigações: você é contratado, eles te pagam mas você só trabalha se você tiver afim no dia – e falo isso com exemplos extremamente próximos a mim.
Eu sempre costumo dizer que você não está fazendo um favor pra empresa trabalhando lá e, por mais burguês-capitalista-comedor-de-bigmac-que-dorme-de-meia que isso possa soar pra alguns, você precisa da empresa muito mais que ela precisa de você, individualmente. É triste, mas é assim, queridão.
Ninguém é obrigado a gostar de trabalhar, afinal, combinemos, é um puta pé no saco; mas a partir do momento que uma empresa te contrata ela está te dando uma oportunidade e se comprometendo com você, além de, claro, acreditar que você pode ajudá-la a ganhar mais dinheiro ainda – não sejamos hipócritas. E não adianta ficar revoltado: assim como você gosta de tv a cabo ou de um tênis transado (ok, exagerei no termo aqui, mas foi incontrolável), a empresa também gosta de rechear seus cofres com muita dinheirinha.
Vejam: não estou dizendo que todos têm que trabalhar com cabeças baixa, marchando em uníssono e sem contestar nada (alguém falou The Wall?), mas eu aprendi que o mínimo que a gente deve pra uma empresa quando ela nos contrata (e pra outras muitas coisas, mas o tópico aqui é trampo, meu) é retribuir a confiança e o comprometimento que eles tiveram conosco.
Em tempo: meus queridos irmãos Henrique e Eduardo, leiam esse texto com carinho. 😀
Abraços