O dia começou bem cedo, com um longo passeio pelas ruas e pelos principais museus de Madrid. Uma cidade moderna, não muito diferente (neste aspecto) de Nova York ou mesmo de São Paulo. Trânsito pesado, embora a malha metroviária da cidade seja impressionantemente grande e eficiente e com táxis e ônibus pra todos os lados – uma cidade, em suma, muito bem organizada.
Este seria um relato de um dia de viagem comum na vida de qualquer turista se não fosse por um detalhe: era dia de jogo; não qualquer jogo: um de Champions League – e eu estaria lá. Quem gosta de futebol sabe o tamanho disso. A UEFA Champions League é considerada a melhor liga de clubes do planeta. Há quem diga que é melhor, inclusive, que Eurocopa e Copa do Mundo. E é um argumento válido, uma vez que os principais jogadores de futebol do mundo fazem parte dos times que costumam freqüentar o torneio.
E eu, por felicidade do destino ou por muita insistência, consegui comprar um par de ingressos para um jogo de semifinal. Mais: o jogo que poria frente à frente o maior vencedor do torneio (9 títulos), Real Madrid, e aquele que é considerado o melhor time do mundo na atualidade, Bayer de Munique. Durante os passeios matinais, vimos alemães por toda Madrid. Com suas inconfundíveis camisetas e rostos vermelhos, bebem cerveja, cantam, riem e mostram pra todos que estão mais do que confiantes no todo poderoso Bayern, de Pep Guardiola.
Por volta das 19h (o jogo está marcado para 20:45), eu e Erika saímos do hotel em direção ao metrô, obviamente, cheio de torcedores de ambos os times mas com ampla maioria de madrilenhos. Pouco mais de 15 minutos depois, chegamos ao Santiago Bernabéu – um estádio colossal, à primeira vista. Moderno, imponente, bem sinalizado, bem localizado e lotado de torcedores em volta. O clima é o mesmo de qualquer estádio prestes a receber um grande jogo de futebol, a diferença é que, neste, há torcedores de ambos times misturados… e nada acontece.
Passo na catraca utilizando o ingresso que está salvo no meu celular. Nada de papel. Nada de enrosco. Nada de enrolação. Após subir (por um bom tempo!) a rampa de acesso, chego ao meu lugar (aliás, todos os lugares são marcados e, mais importante, respeitados). No centro do belíssimo gramado do Bernabéu, a “bola da Champions” – que sensação incrível!! Jogadores aquecendo no gramado, dois telões de alta definição, sistema de som impecável e wi-fi para todos os torcedores. Nos nossos estádios mal conseguimos sinal do celular…
Depois de alguns minutos, com o estádio já lotado, o locutor anuncia as escalações dos times. Primeiro o Bayern, com cada nome obviamente seguido de vaia, mas nenhuma comparável a que recebeu Pep Guardiola: ensurdecedora. Talvez a maior vaia que já ouvi num estádio de futebol!! Os nomes dos jogadores do Real são exaustivamente festejados, destaque para Casillas, Cristiano Ronaldo e o técnico Ancelotti. Poucos antes dos jogadores voltarem, os telões mostram lances capitais de todos os jogos do Real Madrid na Champions ao som altíssimo de “Nessum Dorma”. Impressiona.
O jogadores entram, perfilam-se e, então, vem ela… a música mais épica do esporte mundial: o hino da Champions League. Arrepiante! Talvez o vídeo abaixo dê uma idéia, mas, sinceramente, a sensação real é completamente indescritível!
Não farei uma análise do jogo em si, mas vale mencionar como é legal ver dois clubes de tão alto nível jogando ao vivo. O posicionamento em campo, a movimentação, a inteligência tática, a qualidade dos jogadores. Foi muito interessante, por exemplo, observar jogadores sem a bola, fora das jogadas; embora tenha perdido o jogo por 1×0 impressionou a qualidade do toque de bola do Bayern. Deixando nossa paixão de lado, no meu caso a pelo São Paulo, nossos clubes não jogam no mesmo nível dos clubes europeus, não, digam o que disserem (e logo alguém vem falar de complexo de vira-lata…). É fato que sempre damos um sacode neles nos mundiais (com algumas exceções), mas acho que mais na luta e na paixão do que na qualidade… porque as diferenças são gritantes. Mas, como sempre, minha opinião.
Ao fim da partida, saímos do estádio como em qualquer outro: devagar e expremidos, hahaha. Mas, ressalto: voltamos ao hotel de metrô, não muito cheio (de verdade) e rapidamente. A cidade prepara seu transporte de acordo: o intervalo entre os metrôs é menor e funcionários ficam o tempo todo orientando e agilizando a movimentação dos torcedores pelo sistema.
Provavelmente faltou coisa no meu texto, embora ele tenha ficado gigantesco, mas acho que consegui passar um pouquinho do que foi este dia pra mim.
Uma experiência inesquecível!!
Abraços!
Adorei o post!
Estou indo a Madrid daqui 15 dias e também assistirei a um jogo do real. Gostaria de saber se na saída do estádio é fácil achar um táxi para a volta. Grata
Oi, Juliana!
Que bom que gostou! Sinceramente é mais negócio pegar o metrô mesmo. Não sei onde você estará hospedada, mas as linhas de metrô cobrem praticamente toda Madrid. E, mesmo depois do jogo, é bem tranqüilo – e você ainda economiza uma grana!
Abs