"À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo"

Categoria: Pessoal (Page 6 of 7)

A bifurcação

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Yes, there are two paths you can go by
But in the long run
There’s still time to change the road you’re on

Chega uma hora na vida em que a gente precisa decidir entre fazer o que gosta e fazer o que precisa. Ambas as escolhas são válidas e, basicamente, dependem de como você enxerga a sua vida, o seu futuro.

O problema é que quando a gente chega nessa bifurcação a tendência é a gente travar, sobretudo quando percebe que não quer fazer o que precisa, mas sim, o que gosta, o que é apaixonado. Ok, esse é um tema delicado e muito “aberto”, mas tentarei expor o meu lado.

Esqueçam as pessoas que trabalham com o que gostam de verdade e são felizes (eu as invejo, de maneira boa, mas invejo!). O alvo do meu texto não são elas – são aquelas que, como eu, hoje têm uma carreira profissional consolidada em alguma área, mas, no fundo, a paixão reside em outras bandas.

O que fazer? Investir em cursos, pós e afins na chamada “área de atuação”, para ser diferente no mercado e sempre ser lembrado pelas empresas, por promoções e, consequentemente ter um salário sempre crescendo exponencialmente, ou investir na felicidade própria, correndo o “risco” de ter seu salário, de certa forma, estagnado (e sua “carreira” também)?

Ambos os caminhos são válidos e, basicamente, dependem, de novo, do que você julga ser importante pra sua vida. No fundo a escolha é entre estabilidade financeira e estabilidade emocional, penso eu.

Mas… há um equilíbrio possível, não há?

Claro que há. O problema é que hoje nós fazemos parte de uma sociedade que nos empurra em busca do sucesso e do “glamour” profissional; hoje, na minha modesta e humilde opinião, cada vez mais há pessoas que estão muito mais preocupadas com o cargo em seu crachá do que com a paz no seu coração. E há muito mais pessoas dispostas a “comer nossa mente ” (CÁRDENAS, Ulises) e nos convencer de que o certo é ser financeiramente bem-sucedido.

Eu sou um cara utópico. Eu sempre fui utópico. Por isso, talvez, volta-e-meia eu faça merda; e eu sempre estive nessa bifurcação, esperando o vento soprar me dando a dica pra onde eu devia seguir.

Cá estou eu novamente – e acho que, pela primeira vez, eu sei pra onde devo ir.

Abraços

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Vale a pena querer ser protagonista na história dos outros?

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Quando, no primeiro ano da faculdade, meu professor de Língua Portuguesa José Marinho – um dos melhores professores que já tive – leu o “Se Te Queres Matar” do Álvaro de Campos, dois trechos me chamaram atenção e, até hoje, ficam rodopiando na minha cabeça de tempos em tempos. São eles:

Trecho 1

Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém…
Sem ti correrá tudo sem ti.
Talvez seja pior para outros existires que matares-te…
Talvez peses mais durando, que deixando de durar…

Trecho 2

Depois, lentamente esqueceste.
Só és lembrado em duas datas, aniversariamente:
Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste;
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti.
Duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram,
E uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti.

Na minha opinião, mais do que modesta, Campos acerta em cheio. Temos uma incrível necessidade de sermos protagonistas na história de vida dos outros (todos os outros!) e, mais que isso, de achar que seremos pessoas insubstituíveis e inolvidáveis. É claro que no poema o autor extrapola o argumento e se utiliza da idéia da morte e de uma pesada insignificância do ser humano para sustentar tal arugmento; porém, acho que dá pra traçar um paralelo com o dia a dia de “gente viva”.

Às vezes pessoas se mudam pra outras cidades e ficamos desesperados com a perspectiva de que, com o tempo, elas poderão nos esquecer; ou mesmo quando você se forma no colégio e teme pelo futuro daquelas amizades incríveis que você construiu. Bem, realmente poderão nos esquecer e as amizades poderão se findar, mas o que se há de fazer? Você fez a sua parte marcando a vida destas pessoas, não? Então, vida que segue.

Não estou aqui dizendo que é inútil tentar fazer a diferença na vida daqueles que você gosta, que você ama – muito pelo contrário: eu acho imprescindível! Mas aqui faço a ressalva que me motivou a escrever esse texto-sem-nexo-da-segunda-feira: deve-se fazer notar o seu apreço, o seu carinho por aqueles que você ama sempre que possível e, claro, desde que seja espontâneo. Mas, talvez, devamos tratar este tema com um pouco mais de leveza, afinal, é uma relação que envolve terceiros – e não temos como controlar como eles vão agir (alguns dirão infelizmente, rs).

Porém, não desista de marcar a vida daqueles que você gosta. Além da sensação incrível que isso causará em você, certamente a quantidade de pessoas que te lembrarão com carinho, ainda que esporadicamente, é bem maior do que as que te jogarão no balaio do esquecimento.

E as que te jogam no balaio do esquecimento, bem, talvez não merecessem de verdade a tua atenção.

Abs

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Foco, meu jovem, foco.

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Brain-Synapse-WallpaperFico impressionado com a capacidade da nossa mente em tender a se concentrar em coisas menos importantes – ou, se não menos importantes, menos divertidas, diariamente.

Ao longo dos anos nós desenvolvemos uma capacidade incrível de criar realidades paralelas. De um pequeno acontecimento em nossas vidas, somos capazes de, praticamente, roterizar um filme inteiro, com finais alternativos, inclusive, se quisermos. E não acho isso ruim de verdade. De certa maneira, isso nos ajudar a manter o cérebro sempre trabalhando e, na minha opinião, melhora nosso pensamento lógico, enriquece nossos argumentos e até colabora no nosso discernimento.

A questão é que às vezes você não está com saco pra isso – você só quer entrar na caixa e ficar ali por um tempo. E é justamente aí que nossa mente decide que ela quer trabalhar em overclock. Em cima disso, penso que um dos grandes desafios do homem moderno é, portanto, a concentração. Estamos rodeados por acontecimentos, tecnologias incessantemente atualizadas, as famigeradas redes sociais e ainda temos que lidar com as coisas “antigas”, como relacionamentos, família, amigos… Pra pessoas como eu, isso é um pesadelo. É entrar num turbilhão de processamento de informações que os computadores mais potentes de nossa era penariam pra, bem, processar.

Organizar. A palavra chave para um dia-a-dia mais saudável – espero que este pequeno e modesto espaço aqui me ajude nesse aspecto. E espero que vocês não entrem nesta mesma tormenta de idéias comigo – vocês não merecem. 🙂

Ah, para ilustrar o que tentei dizer nessas poucas linhas, sugiro que ouçam a música “Six Degrees of Inner Turbulence”, do disco homônimo da banda Dream Theater. Sugiro que acompanhem com as letras em mãos, rs. Playlist do Rdio abaixo.

Playlist – Six Degrees of Inner Turbulence

Abs.

 

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