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Faz um tempo exagerado que eu num apareço por aqui e isso se dá por 2023 razões, pelo menos. Sim, 2023 foi um ano… bem, foi um ano.

Eu gostaria de terminar esse ano fazendo o que, um dia, eu fiz de melhor – escrever o que eu penso, sinto e espero, sobretudo pro ano que chega. No entanto, eu honestamente acho que dessa vez não vai ser possível.

Quem me conhece de perto sabe que eu preciso do que eu chamo de chacoalhões para conseguir fazer com que as coisas andem, isso em qualquer aspecto da vida – e não faltaram nesse ano do Senhor; eu ainda não sei se as coisas estão andando, mas certamente elas não estão paradas.

A vida tem um jeito muito particular de nos mostrar as coisas, de nos entregar questões e esperar pra ver como vamos endereçá-las. Eu, confesso, nunca fui muito bom nisso, até porque quando se trata de mim eu sempre me esqueço. Como diz aquele ditado, ou frase, que vemos em um filme ou outro, “meu coração está no lugar certo” – mas isso nem sempre é o suficiente. E eu sei.

Esse ano, como nunca antes na história desse que vos escreve, basicamente todos os aspectos da minha vida meio que passaram por um liquidificador e, confesso, foi extremamente assustador – talvez porque eu me olhei no espelho por mais vezes do que eu gostaria.

Não estou dizendo, no entanto, que não houve coisas boas, conquistas ou esperança – claro que houve! Mas o fato é que eu me vi olhando mais vezes pro abismo do que pro espelho e quase torcendo pra que ele olhasse de volta pra mim, além de me dar ideias do que fazer pra andar pra frente sem cair nele. Esse abismo chamado 2023 me colocou contra a parede muitas, muitas vezes… e eu confesso que saí dela poucas. Mas acho que estou começando a entender essa dinâmica.

Em 2024 não espero um completo 360º, até porque não é assim que a vida funciona, mas eu preciso procurar aqui dentro o Alê que um dia existiu. Eu sinceramente nem sei com o que, de fato, ele se parece; ele sempre foi um coletivo de vontades, desejos, sonhos e apostas meio incoerentes e incompletas. Mas eu acho que eu sei o que eu gostaria que ele fosse, então acho que tenho um ponto de partida.

A todos que lêem essas palavras, gostaria de agradecer, primeiramente, por estarem lendo até aqui, mas também pela companhia, conselhos e ouvidos – tenho certeza que alguma dessas coisas vocês fizeram por mim. Gostaria, também, de pedir desculpas pelo meus momentos de grosseria, chatice, intransigência e por decepcionar vez ou outra. Garanto, do fundo do meu coração, que nunca foi minha intenção.

E à minha filha, Bárbara, que um dia espero ler as bobagens que eu escrevo: você é tudo e um pouco mais pra mim. Obrigado por dizer que me ama toda vez que você sente vontade e por sorrir toda vez que me vê. Papai ama muito você, Babi.

Que venham novos ventos.

Obrigado e até ano que vem, amigos.

Shadows on the road behind
Shadows on the road ahead
Nothing can stop you now” – Ghost Rider, Rush

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